Jogos teatrais
OFICINA DE TEATRO
Teatro e educação.
O teatro como prática de educação da criatividade e da expressão dramática é uma das formas de relacionamento teatral entre grupos. Para isso, não necessitam ser particularmente grupos de artistas ou escolares: é uma vivência para todos que, tradicionalmente espectadores, queiram reconhecer sua teatralidade, levando-a a uma composição poética. São os antigos espectadores transformando-se em atuantes teatrais, devolvendo ao teatro sua condição de origem que foi ser bem e propriedade comum. Assim, importa que o teatro como prática de educação popular - o que significa também dizer de arte popular - seja praticado por todos que queiram uma transformação social. Teatro de quem o faz, pessoas de qualquer idade e tarefa profissional.
PROJETO GRUPO DE TEATRO DA PRAIA JOÃO ROSA
OFICINA DE TEATRO
Nossa oficina busca proporcionar vivências lúdicas, desenvolver as potencialidades, e promover a sensibilização e a criatividade, através da dramatização, exercícios corporais e vocais, jogos teatrais.
Trabalharemos nas oficinas: vivências lúdicas ouvindo, contando e criando histórias e poesias, criando e representando personagens, improvisando situações, e o desenvolvimento das potencialidades através de jogos teatrais.
Nossa proposta é oferecer um espaço para lançar-se ao lúdico utilizando o teatro como a forma de linguagem mais direta, onde cada situação exigirá a fala, o corpo, a criatividade, a agilidade, o equilíbrio, a concentração, desenvolvendo aspectos sociais, afetivos, éticos e cognitivos, ao mesmo tempo que envolve o seu cotidiano com uma realidade social mais ampla. Nossa proposta não tem por objetivo trabalhar com o foco para uma apresentação, para não trabalhar com pressão de prazos pois limita a atenção necessária para as percepções do tempo interno (kairós) de ação e da vocação (voz-ação) de cada um.
No entanto, se for vontade do grupo, no fim do ano poderá ser apresentado ao público uma das montagem desenvolvidas durante o semestre.
“Quando o artista cria a realidade no palco, abre-se para receber um mundo fenomenal. Quando o indivíduo vê as pessoas e as suas maneiras, como elas se comportam juntas, quando vê a cor do céu, ouve os sons do ar, sente o chão sob seus pés e o vento em sua face, ele adquire uma visão mais ampla do seu mundo pessoal e o seu desenvolvimento torna-se acelerado. O mundo fornece o material para o teatro, e o crescimento artístico desenvolve-se par e passo com o nosso reconhecimento e percepção do mundo e de nós mesmos dentro dele.” (Viola Spolin)
TÓPICOS TRABALHADOS NA OFICINA:
· RELAXAMENTO: o controle do seu nervosismo e da ansiedade.
· CONCENTRAÇÃO: através dos jogos de foco e de atenção, vivenciar aquilo que realmente importa, estando presente em suas realizações.
· EXPRESSÃO CORPORAL: tomar consciência do seu corpo e a se colocar em cena.
· EXPRESSÃO VOCAL: com técnicas de dicção, articulação e projeção, desenvolver a voz adequada para si e para criar os mais diversos personagens.
· DESINIBIÇÃO: aprender a lidar com a exposição, sendo ele mesmo em todas as situações e ficando a vontade em cena.
· AUTOCONTROLE: desenvolver a capacidade de controlar suas emoções, ações e reações, tendo domínio de qualquer situação.
· IMPROVISAÇÃO: preparar-se para ter rápida resposta corporal e verbal nas situações novas, desconhecidas e inusitadas, muito comuns no dia-a-dia de todos.
· INTERPRETAÇÃO: de histórias, poesias, cenas e personagens.
· CRIAÇÃO DE PERSONAGEM: criar e entender as características dos seus personagens permite mais segurança e liberdade em suas atuações e na vida, já que ela se coloca no lugar de outro ser em diversas situações.
· MONTAGEM DE ESQUETES TEATRAIS: experimentar e vivenciar a união de todos os tópicos apresentados acima, bem como o trabalho em grupo e de como lidar em público.
METODOLOGIA
Ø Aulas práticas e dialogadas;
Ø Uso de figurinos, máscaras, bonecos e objetos;
Ø Jogos Teatrais;
Ø Uso de Textos e Poesias;
Ø Investigação e experimentações.
JOGOS TEATRAIS
O que é o jogo teatral?
Usualmente jogos teatrais é um termo utilizado em português para designar qualquer estrutura de jogo que possa ser utilizado no teatro, seja dramático (a partir de textos de teatro) ou mesmo na forma de esporte ou de brincadeiras.
Em uma forma mais específica, Jogos Teatrais é a designação dos jogos improvisacionais desenvolvidos pela diretora teatral norte-americana Viola Spolin para fins de preparação de atores profissionais ou na utilização do ensino de teatro para iniciantes ou dentro da escola. Segundo Viola Spolin esta estrutura teatral foi desenvolvida a partir de pressupostos aprendidos em sua experiência com Neva Boyd, no trabalho social com imigrantes na cidade de Chicago.
Os jogos teatrais não são quaisquer jogos, são estruturas operacionais que procuram sintetizar as convenções da interpretação teatral e de suas técnicas dentro da forma de jogos. Cada jogo é construído a partir de um foco específico, desenvolvido a partir de instruções que levam o jogador a desenvolver questões específicas da prática teatral. Sua base é a experiência prática de grupo e do ator, onde são fisicalizadas as possíveis experiências, que estão relacionadas vários de seus livros com as específicas instruções. Procura-se, com os jogos teatrais, desenvolver uma forma de prática teatral que não esteja elaborada na mente do ator ou jogador.
Seu método propõe que o teatro seja feito por qualquer pessoa que pode aprender a atuar e ter uma experiência criativa pelo teatro, afirmando que teatro não tem nada a ver com talento. Os jogos teatrais são fortemente fundamentados nas técnicas de interpretação de Stanislavski e Brecht.
Nesta apostila está alguns dos mais conhecidos exercícios de jogos teatrais, ultilizados por grupos e pessoas que procuram iniciar uma atividade de preparação de atores e atrizes.
Para que os exercício funcionem peça para que todos os participantes venham com roupas a vontade, e disposição para vivenciarem os jogos.
Dinamicas (Exercicios de Grupo) Para Teatro
DINÂMICAS (EXERCÍCIOS DE GRUPO) PARA TEATRO
Os exercícios teatrais (ou dinâmicas de grupo) devem ter o intuito de facilitar e instigar: o reconhecimento (individual, grupal e espacial), entrosamento dos participantes, a disciplinaridade e responsabilidade com o trabalho realizado, a memória, a aprimoração do poder de concentração, a confiança mútua, a cumplicidade do jogo cênico e o aquecimento preparatório para cena.
Antes de tudo deve-se sempre preparar o corpo, massageando os próprios pés, já que os mesmos são a base do corpo. É possível ainda explorar massagens coletivas ou em dupla estimulando assim o reconhecimento aprofundado do outro.
O reconhecimento (individual, grupal e espacial) consiste em andar pelo lugar olhando cada canto a fim de reconhecer, assim como se reconhece a sala de casa. Olhar nos olhos das outras pessoas. Andar bem lentamente para que se possa estudar todos os movimentos do corpo, cada músculo usado quando se dá um passo.
A memorização consiste em realizar um simples “jogo da memória” com objetos de maneira mais difícil. Por exemplo: espalhando diversos objetos diferentes num determinado espaço, cada um deve pegar o objeto, dizer o nome dele ou outra palavra qualquer e devolvê-lo ao mesmo lugar, em seguida outra pessoa pega o mesmo objeto, diz exatamente a palavra que o outro designou para o objeto, pega outro e realiza o mesmo procedimento do primeiro e assim sucessivamente.
Outro jogo muito bom para a memória é o de formação de “cenas”. Ou seja, em um tempo determinado (que deve ser de apenas alguns segundos) o grupo deve montar uma “fotografia”, uma cena, a imagem de um velório, por exemplo.
Num círculo, colocar as pessoas desafiando a concentração dos companheiros tentando faze-los rir. Vale piada, careta... Só não vale encostar, fazer cosquinhas, por exemplo.
Conversas em rodas de bate-papo em que cada um deve dizer à uma outra pessoa qualquer coisa que tenha vontade, entrosa e aproxima os participantes gerando integração.
Explorar diferentes formas de andar pelo espaço cênico instiga o alto
conhecimento na forma de cada tipo de andar.
- O ator caminha com movimentos exclusivamente retilíneos de pernas, braços e cabeça, como se fosse um robô. Os movimentos devem ser bruscos sem ritmos definidos, inesperados, surpreendentes. O movimento pendular dos braços não serve porque é circular. Todas as partes do corpo devem mover-se. Neste caso os atores são quase sempre levados a fazer os movimentos bruscamente e isso deve ser evitado. Apesar de retos os movimentos podem ser suaves, delicados. Devem ser. Os movimentos retos são melhor executados se o ator tiver a consciência de que devem ser paralelos às paredes, ou ao chão, ou ao teto ou a qualquer diagonal da sala.
- O ator caminha com movimentos redondos (circulares, ovais, helicoidais, elípticos, etc.) Os braços rodam enquanto se movem para frente e para trás, enquanto sobem e descem; a cabeça deve descrever curvas em relação ao chão, subindo e descendo, sem se manter nunca ao mesmo nível. As pernas e todo o corpo sobem e descem. O movimento deve ser contínuo, suave, rítmico e lento. Os atores devem
Desvendando Teatro
repetir diversas vezes os mesmos movimentos, procurando estudar (sentir) todos os músculos que são ativados e desativados na realização desses movimentos. Só depois de terem bem estudado (sentindo) um movimento é que se deve passar a outro, igualmente redondo. É importante que todo o corpo se ponha em movimento: cabeça, braços, dedos (que não devem nunca ser mantidos cerrados), tórax, quadris, pernas, pés. O exercício deve ser feito suavemente.
Em todo trabalho em grupo, prestar atenção no outro é algo imprescindível. Um ator fixa os seus companheiros durante alguns minutos e, depois, de costas ou com os olhos vendados, procura descrevê-los com o maior número possível de pormenores: cores, roupas, formas características especiais, etc.
Ou... Formam-se duas filas, cada ator frente a outro, observando-se; viram-se de costas um para o outro e alteram um determinado detalhe as si mesmos; voltam a olhar- se e cada um deve descobrir a alteração do outro.
A confiança pode ser conquistada com exercícios simples como transformando cada um em marionete sendo controlado pelo colega. Um de cada vez de olhos SEMPRE fechados enquanto o outro o guia com quatro comandos (toques): 1° tocar no meio das costas = andar, 2° tocar na cabeça = parar, 3° tocar no ombro direito = virar para a direita, 4° tocar no ombro esquerdo = virar para a esquerda. Depois se inverte a dupla guiada.
Ou ainda: o mediador fica num canto e um de cada vez deve andar em direção a ele com os olhos fechados e depois a mesma coisa correndo. O mesmo tipo de exercício pode ser feito com um ator no centro de um círculo de 4 ou 5 companheiros. Fecha os olhos e deixa-se cair para qualquer lado, mantendo o corpo duro. Os companheiros seguram-no e devolvem-no à posição central. Ele continua a se deixar cair, para frente e para trás, ara a direita e para a esquerda e os companheiros continuam a devolvê-lo à posição central. Os pés do ator não devem sair do centro do círculo, nem o seu corpo deve-se dobrar.
Jogando bola
ilustra-se de forma precisa a importância da cumplicidade no jogo cênico. Forma-se um círculo com uma bola em jogo. Uma pessoa joga a bola para outra, escolhe uma terceira pessoa da roda e troca de lugar com ela. O jogo deve-se seguir assim.
Jogo das três tarefas
Faça uma lista de atividades simples de executar, como:
subir numa cadeira, deitar-se no chão, bater com o livro no chão etc. Após fazer uma lista, você, ou seu parceiro, deve posicionar-se no centro da área de trabalho. Em seguida, o observador escolhe três atividades para que o ator represente como tarefa inicial, central e final.
Tente encontrar uma forma lógica de realizar as três tarefas. Você pode encadear todos os três segmentos do exercício em uma única seqüência motivada, mas, ainda assim, estará realizando três atividades distintas. Por exemplo, suponha que você receba as três atividades citadas acima, na mesma ordem. Você pode sentir-se atraído pelo objeto (livro) logo no início. Tente ler o livro. Perceba que está muito escuro e acenda a luz. A luz não acende. Suba em uma cadeira para verificar se a lâmpada esta frouxa.
Atarraxe a lâmpada. A luz acende! Deite-se no chão, embaixo da lâmpada. Perceba que ainda não está claro o suficiente e que você está forçando a vista. Fique nervoso e bata com o livro no chão.
Desvendando Teatro
Todo o objetivo do exercício passa por cinco etapas bem definidas, que podem ser seu super-objetivo, seu objetivo comum, uma unidade ou um objetivo antigo. As cinco etapas são: Enfoque; Determinação; Preparação; Ataque e Liberação. No caso de unidades ou batidas, a liberação final geralmente o levará ao próximo enfoque. Um indivíduo é atraído por um estímulo (Enfoque); decide fazer algo a respeito (Determinação); reúne tudo o que precisa, incluindo coragem para lidar com o problema (Preparação); faz aquilo que precisa fazer (Ataque); e relaxa para ver o efeito de suas ações (Liberação), com a descrição dessas cinco etapas, acabamos de resumir a chamada ação gestáltica.
Podemos dizer que o enfoque complementa a Etapa da Atenção, na qual o locutor atrai o público com seu material; a Determinação complementa a Etapa da necessidade, na qual o locutor explica porque as pessoas com que fala devem participar da ação; a Preparação complementa a Etapa dos Critérios, na qual o locutor define possíveis soluções para o problema; o Ataque complementa a Etapa da Solução, onde o locutor demonstra ao público que certa resposta conhecida por ele é adequada às exigências de todos os critérios e resolverá o problema com o mínimo de repercussão; e a liberação complementa o Impulso à atividade, no qual o locutor instiga o público o máximo que pode e observa-o a fim de comprovar a eficácia de suas incitações.
Este sistema pode ser uma ferramenta útil para o entendimento de uma cena complexa ou de uma atividade mais problemática. Se alguém tentar aplicar este sistema cientificamente, pode acabar destruindo a espontaneidade da ilusão criada pela primeira encenação de uma obra. Contudo, se você utilizar o sistema com discrição, a etapa do enfoque pode ajudá-lo a encontrar descobertas no decorrer do texto.
1. Jogo de aquecimento:
Convencionar três comandos (bater palmas, uma jóia, um estalo, uma piscada..etc...) A cada um desses comandos dado, o grupo, que estará em roda, de pé, fará uma ação. Ex: Quando o prof. der uma palma, todos imitam um animal. Quando der um estalo, todos correm até certo canto da sala. Quando der uma piscada todos rolam no chão em seguida levantam e dão um pulo!
2. Jogo fala um nome bate nas costas, bate nas costas fala um nome:
Funciona assim: Se eu falar um nome, essa pessoa terá que bater nas costas do seu amigo ao seu lado. Essa pessoa que recebeu o tapa, deverá falar um nome! E assim por diante!
É um jogo muito gostoso, animado, ajuda a descontrair, além, é claro, de treinar a concentração, agilidade, pró-atividade, atenção!
3. Soltando a criatividade:
O prof/ monitor levará várias imagens recortadas de revistas, ou poesias, letras de música, objetos. Os itens levados deverão ser colocados no meio da roda. Os participantes deverão escolher cada um uma imagem (ou outro item os quais citei). Depois em dupla, essas imagens deverão ser juntadas, e cada dupla deverá apresentar uma cena teatral, seguindo os estímulos dados pelas imagens!
4. Poetando:
O prof/monitor levará várias músicas por extenso. Cada grupo, dupla ou individuo escolherá uma música e deverá recitá-la com determinado sentimento, que também pode ser sorteado. Ex: recitar a música X com sentimento X (música parabéns a você, com sentimento de raiva)!
5. Perguntas doidas, respostas malucas:
Cada pessoa receberá dois papeis em branco, de preferência de cores diferentes. No primeiro papel a pessoa deverá escrever uma pergunta. E no outro a resposta dessa pergunta. Depois todas as perguntas e todas as respostas deverão ser recolhidas pelo monitor e embaralhadas. Cada pessoa então receberá dois papéis e lerá em público a pergunta e a resposta! Sai umas coisas bem engraçadas!
6. Contando um conto com imagens:
Usando as imagens levadas pelo professor, cada um pegará uma imagem. Todos sentaram em roda. Uma pessoa começará uma história tendo base sua figura escolhida. Ao comando do professor, outra pessoa deverá continuar essa historia, dando sentido à ela, porém inserindo a sua imagem no contesto!
Também com imagens pode ser feito um estudo da personagem, conforme a imagem escolhida. Um questionário pode ser dado pelo professor, como nome, idade, sonho, etc... Cada aluno irá compor sua personagem através do estimulo da imagem escolhida. E a partir daí pode-se fazer uma conversa em plenário, para discussão de como é pra cada um criar uma personagem. Também poderá ser feito algumas cenas, com ou sem fala. Sozinho ou em dupla!
EXERCÍCIOS DE IMPROVISAÇÃO (Humor)
7. POETA/TRADUTOR (2 ATORES)
Esta peça é interpretada diretamente para o público. Um dos atores recita um poema original, uma fala de cada vez, em "gromelot", mas como se estivesse falando a língua de um país estrangeiro específico. O outro ator, dividindo o palco com o poeta, traduz cada fala para o público. O tradutor deve também falar com o sotaque, adequado do país se assim desejar. Enquanto alternam a fala, a tradução deve refletir a interpretação dramática do poeta, o qual, por sua vez, deve recomeçar a história do ponto onde o tradutor para. Este exercício traz para os participantes o benefício de audição e do trabalho para construir o poema.
Antes de começar, pegue uma sugestão de uma Primeira fala para um poema original. Se você tem habilidade em sotaques, pode também pedir uma sugestão de um país estrangeiro. Se não, escolha um sotaque com o qual esteja familiarizado. O tradutor pode escolher um local para recitação do poema e começar a apresentação apresentando-se a si mesmo e ao poeta.
8. LEGENDAS (4 ATORES)
Este é similar ao do Poeta/Tradutor mas envolve 4 atores. Dois deles interpretam personagens de um filme em língua estrangeira (falando em gíria). Os outros dois, mantendo-se à distancia do palco, fornecem legendas verbais que traduzem o filme para o português diante do público. Aqui, ouvir é de suma importância, já que ajuda a criar uma história impedir que as pessoas falem uma da outra. Tenha em mente que cada fala em gíria deve ser traduzida 'antes dor fala seguinte ser interpretada.
9. DUBLAGEM (4 ATORES)
Este exercício tem a mesma organização das Legendas, só que desta vez os personagens no palco simplesmente movem os lábios para simular que estão falando. Os atores que estão fora do palco fornecem as vozes, atuando para sincronizar o diálogo com o movimento das bocas dos colegas. Os atores que atuam no palco podem orientar os dubladores colaborando com atividades físicas o expressões faciais apontando diálogos adequados ou "apropriadamente" inadequados.
10. RESTAURANTE ESTRANGEIRO (3 OU 4 ATORES)
Esta cena é designada para permitir que os atores exercitem seus sotaques e utilizem palavras e diálogos próprios daquele sotaque. O cenário é um restaurante no qual é servido algum tipo de comida típica. Os fregueses podem ser brasileiros, mas a equipe do restaurante é composta de pessoas de origem étnica selecionada. Os membros da equipe podem ser garçons, cozinheiros ou mártires. Se os atores forem hábeis em falar dialetos, deixe que o público escolha o tipo de restaurante. Esta cena leva em conta a prática em interpretar personagens, a utilização de entradas e saídas e o uso de dialetos.
11. CENA DUPLA (4 ATORES)
O palco é dividido em 2 áreas de modo que 2 cenas possam acontecer ao mesmo tempo. As 2 cenas devem estar relacionadas uma à outra e devem alternar-se na tomada de foco. Um exemplo deste arranjo é um baile de estudantes de ginásio. A área do palco é dividida em um banheiro masculino de um lado e um banheiro feminino do outro. No dos homens, dois rapazes conversam sobre seus encontros enquanto no outro banheiro, as garotas falam sobre os rapazes. Embora os atores e o público ouçam realmente o que está sendo dito em ambos os banheiros, os personagens não ouvem. O humor vem do uso da informação que, supostamente, você não ouve para influenciar o que você diz. Pode-se comentar o que está sendo dito na outra cena sem realmente admitir que ouviu.
12. MARCA DE ESTILO (2 A 5 ATORES E APONTADOR)
Neste exercício, é seguramente útil estar familiarizado com o teatro propriamente dito, com os dramaturgos e suas obras e com os estilos teatrais. O líder do grupo experimental ou um membro da platéia sugere um problema familiar pequeno e rotineiro tal como decidir de quem é a vez de levar o lixo para fora. Comece a representar a cena até que o apontador congele a ação a fim de anunciar um estilo teatral ou o nome de um dramaturgo, tais como melodramas, Kabuki, Commedia dell'arte, Arthur Miller, Ionesco ou Shakespeare. Continue a representar a cena nesse estilo ou do modo como um determinado dramaturgo a teria escrito (Nelson Rodrigues, por exemplo. N.E.). Ao prosseguir com a ação no estilo desse dramaturgo, procure evitar o uso de diálogos reais contidos em uma de suas peças ou mesmo a incorporação de um dos seus enredos. Ao invés, tente captar o sabor e o estilo de sua escrita e adaptá-lo ao enredo que está sendo desenvolvido em sua cena. Você pode compilar uma lista de estilos teatrais e dramaturgos antes da cena ou virar-se para as pessoas da platéia cada vez que disser "congele!", pedindo a elas que dêem uma sugestão. Todo o exercício deve ser feito pelo mesmo grupo de atores, sendo que alguns deles podem fazer entradas e saídas quando forem adequadas ao enredo.
13. QUEM SOU EU? (EXERCÍCIO DE GRUPO)
Um dos participantes deixa o ambiente e, ao voltar, deve adivinhar que pessoa famosa os outros decidiram que ele é. O exercício é feito em forma de cena, mas o improvisador que deixou a sala não sabe que personagem está interpretando. Nessa hora, aparecem as dicas sobre como os outros se referem a ele na cena. Evidentemente, eles não podem dizer o nome dele ou fazer qualquer referência direta sobre quem ele é. Se aquele que tenta adivinhar, tiver idéia sobre que pessoa ele é, começar a adotar o modo de agir característico daquela pessoa e dizer as mesmas coisas que ela diria. Se ficar evidente que está enganado, ele deve atuar como espectador e ouvir um, pouco mais até ter outra idéia sobre quem pode ser. Continue sempre em forma de uma cena. Evite fazer perguntas como "Eu derrubei uma cerejeira?" ou "Sou eu George Washington?" (ou similares racionais). Comece com ou um ou dois atores e com aquele que tenta adivinhar. Outros podem entrar em cena se tiverem idéias para pistas, mas devem sair logo que tiverem cumprido seu propósito, de modo a não haver muitas pessoas no palco. Ao mesmo tempo, este exercício é bom para desenvolver a representação de um personagem.
14. O PROVÉRBIO SOU EU (EXERCÍCIO EM GRUPO)
Eu sei que o nome não faz sentido, mas é isso o que eu tenho ouvido durante anos. Sendo uma variação do exercício Quem Sou Eu? O Provérbio Sou Eu desafia o ator a adivinhar e usar uma expressão comum ou aforismo, como "A grama do vizinho é sempre mais verde", que os outros escolheram enquanto ele saiu do ambiente. Interpretado em forma de cena, o local deve refletir o significado da expressão. Por exemplo, se a expressão for "A grama do vizinho...", a cena deve ser sobre inveja (ou ciúme). As pistas devem vir através do tema clã cena de modo a levar o ator que adivinha a dizer a expressão naturalmente no contexto do que está acontecendo à sua volta. Inicie a cena com outro ator além daquele que está adivinhando, para que depois outros possam entrar e sair e dar pistas subseqüentes. A cena termina quando o ator que está adivinhando utiliza a expressão como parte de seu diálogo.
15. FALA OCULTA (2 ATORES)
Cada ator do grupo pega um pedaço de papel no qual escreve uma fala simples do diálogo, jogando-a depois dentro de um chapéu. Antes de iniciar a cena, um dos atores pega uma das falas que está no chapéu, devendo incorporá-la à mesma. Ele deve construir o enredo da cena de modo que a fala do diálogo se encaixe na história sem emendas. De fato, deve ser difícil para o público adivinhar qual era a fala oculta de diálogo. O outro ator, mesmo não sabendo o conteúdo da fala oculta, deve atuar em conjunto com o colega a fim de criar a história na direção para a qual ele a estiver conduzindo. Para tomar este exercício mais desafiador, mande ambos os atores pegarem um pedaço de papel e atuarem juntos no sentido de ajudar um ao outro a emitir discretamente suas falas.
16. CENA PARA TITULO DE CANÇÃO (2 A 4 ATORES)
Dividam-se em grupos de 2 a 4 atores. Cada grupo escolhe uma canção bem conhecida e cria uma cena que reflita o significado de seu título. Evite usar o título ao pé da letra. Use-o como um tema para a cena. Por exemplo, se o título for "I left My Heart in San Francisco", a cena deve ser sobre alguém que esteja vivendo uma relação a longa distância ao invés de ser sobre um doador de órgãos.(*) Os demais membros dos grupos pode adivinhar cada título quando a cena estiver concluída.
17. ALTER EGO (4 ATORES)
Neste exercício, que tem estrutura semelhante ao das Legendas, 2 atores estão no palco enquanto 2 outros permanecem fora dele. Os primeiros criam uma cena juntos, mas após cada fala do diálogo, a voz de um dos atores que está fora do palco diz simultaneamente o que o personagem está realmente pensando. Aqui, dar e receber é um elemento integral, como o é a capacidade de ouvir. A mesma técnica utilizada no exercício da Cena Dupla se faz neste. Os atores no palco, sabedores do que seus alter egos estão dizendo, podem utilizar a informação para influenciar o modo como seus personagens comportam-se e reagem um ao outro.
18. UMA PALAVRA DE CADA VEZ (2 ATORES)
Este exercício mostra a quantidade de informações que uma só palavra pode conter. Uma vez que um personagem proferiu uma determinada palavra, não poderá fazê-lo de novo até que o outro personagem tenha falado. A cena prossegue com l palavra de cada vez. É um exercício de economia de diálogos. Um erro comum dos improvisadores é a tendência que eles têm de falar demais em uma cena, dizendo mais coisas do que é necessário. É também uma lição para que se utilizem ações em uma cena ao invés de confiar que o diálogo a conduza. A cena pode basear-se em uma premissa simples dada pelo diretor do grupo ou pelo público.
19. UMA FRASE DE CADA VEZ (2 ATORES)
Esta cena tem as mesmas regras e arranjo do exercício anterior, só que os atores podem usar apenas 1 frase de cada vez. Para não frustrar o propósito deste exercício, alterne as falas de modo que os atores não possam proferir duas frases ao mesmo tempo.
20. SEM PERGUNTAS (2 ATORES)
Esta é uma cena na qual tomam parte 2 pessoas, tendo como única restrição a não formulação de perguntas. O propósito é fazer com que os atores se acostumem a acrescentar informações, a expandir a cena e a fazer suposições, ao invés de lançar sobre os ombros do outro ator o fardo de expandir a cena fazendo-lhe perguntas. A cena pode basear-se numa premissa simples dada pelo diretor do grupo ou pelo público.
21. TRANSFORMAÇÃO (2 ATORES)
Este exercício é de difícil realização e difícil explicação. É mais ou menos como realizar seis deixas consecutivas com os mesmos 2 atores sem congelar a ação. Escolha ocupações de abertura e de conclusão para ambos os atores. Eles começam a cena, cada um desempenhando sua ocupação inicial. Então, é a medida que a cena prossegue, eles se transformarão através de uma série de papéis ou ocupações diferentes até a conclusão da cena, quando os atores chegarem às suas ocupações de conclusão. As transições podem ser indicadas através de mudanças corporais ou vocais. Por exemplo, um dos atores pode ser um entregador de pizzas segurando com as duas mãos uma pizza de tamanho grande. Ele pode então transformar aquela posição corporal tomando-se um médico e estendendo as mãos como se elas tivessem sido escovadas. Nesse caso, o outro ator pode, de imediato, tornar-se um enfermeiro e começar a ajustar luvas de borracha nas mãos.
Este é um exercício feito para um ator seguir o outro. Quando um deles faz uma transição para um novo personagem ou ocupação, o outro vem depois e se torna um personagem semelhante. Não existe um enredo contínuo. Qualquer um dos atores pode mudar de personagem ou ocupação em qualquer tempo combinado. Portanto, ambos devem estar flexíveis e prontos para mudanças bruscas. Faça um total de cinco ou seis mudanças.
22. CENA DE COMEÇO TARDIO (2 ATORES)
2 atores sobem ao palco sem idéias preconcebidas - sem locais nem personagem e com as mentes em branco. Então, sem pressa, deixam que a cena se desenvolva. Se os minutos passaram sem nenhum diálogo, tudo bem. Por fim, um dos atores se sentirá como que estando em algum lugar por alguma razão e começa a relatar esta informação ao outro ator. Esse outro ator deve então se adaptar de acordo, e juntos criam a cena. Este exercício encoraja os atores a sentirem-se à vontade para participar da cena de maneira totalmente aberta, a fim de ver o que pode vir a acontecer. Isso também os ajuda a serem capazes de se ajustar a qualquer informação que se desenvolva.
23. RASHOMON (3 ATORES)
Neste exercício, a mesma cena básica é repetida 3 vezes consecutivas, uma vez a partir do ponto de vista de cada personagem. Em cada variação, um dos personagens é a figura dominante enquanto os outros interpretam papéis secundários na cena. Baseado no filme Rashomon, de Akira Kurosawa, aborda como diferentes personagens vêem o mesmo acontecimento.
24. PEÇA OPCIONAL (VOCÊ DECIDE) (2 ATORES E UM APONTADOR)
Uma sugestão de um relacionamento entre 2 atores é aproveitada. Uma vez que esse relacionamento e uma locação tenham sido estabelecidos, o apontador "congela" a ação periodicamente a fim de fazer perguntas específicas aos espectadores sobre o que eles gostariam que acontecesse depois. Os atores então integram cada idéia nova no sentido de expandir a ação da cena. Por exemplo, se o relacionamento é entre professor e aluno e a cena se desenvolve na sala de aula após as horas regulares na escola, o apontador poderá perguntar, "Por que o professor manteve o aluno na escola depois da hora?" ou "Este aluno tem um segredo; qual é?" Continue até que a cena se esgote.
25. LANÇANDO UMA IDÉIA (3 OU 4 ATORES)
Este exercício é para criar uma idéia em conjunto. O elenco da cena é algum tipo de equipe criativa, como um grupo de executivos de vendas, desenhistas de automóveis ou produtores de filmes. Eles têm que criar um tipo de produto e construir uma campanha de publicidade em torno dele. Não deve haver negação, já que cada ator acrescenta coisas novas às idéias dos outros.
26. COMPOR UMA CANÇÃO (1 OU MAIS ATORES E 1 MÚSICO)
Improvise uma canção, baseada num estilo musical e num título original ou numa primeira fala dada pelo público ou pelo diretor do grupo. O cantor e o músico devem trabalhar em conjunto, acompanhando um ao outro a fim de criar uma melodia e uma estrutura para a canção. Para se adquirir habilidade neste exercício, é necessário muita prática.
27. AUDIÇÃO (4 OU 5 ATORES, INCLUINDO UM DIRETOR)
Escolha uma situação teatral que requeira uma audição. Pode ser para um musical ou uma peça. Pode ser também por uma companhia teatral local, para uma produção na Broadway, ou mesmo para escolha do elenco de uma novela. Um dos atores é designado como diretor e fica responsável pela preparação do ambiente para o público. Cada um que faz a audição se apresenta, fornece suas credenciais e apresenta algum tipo de audição para o papel ao qual ele se adéqua. Os que fazem a audição podem executar um monólogo, cantar uma canção, dançar ou bancar o bobo - qualquer coisa que demonstre seu talento. Quer o personagem seja realmente talentoso ou não, ele sempre deve dar a máximo de si ao fazer a audição.
28. LIVRO DE RITMOS (3 OU 4 ATORES E 1 MAESTRO)
Neste exercício cada ator escolhe um escritor bem conhecido e, quando apontado pelo maestro, conta uma história no estilo daquele escritor. Lembre-se de não repetir nem sobrepor-se ao diálogo do ator que falou antes. A platéia ou diretor do grupo pode sugerir uma primeira fala original para começar. Para tornar o exercício mais desafiador, deixe que a platéia sugira quais os escritores a serem utilizados.
29. LEITURA 2 ATORES)
Este exercício requer um livro de cenas de peças, tal como Great Scenes From The World Theater. Um ator lê o diálogo de um personagem, tirado de uma cena de uma peça. O outro ator improvisa o diálogo para combinar com a mesma, criando assim uma cena inteiramente nova. Uma profissão é escolhida para o improvisador a fim de que o mesmo tenha um personagem para interpretar. Enquanto o ator com o texto começa a se apresentar no palco, o ator da improvisação entra e diz a primeira fala. Por exemplo, se a profissão é a de médico, a primeira fala pode ser "Estou com os resultados do seu raio X". O leitor lê então a primeira fala do diálogo de um dos personagens da peça. Em seguida, o trabalho de improvisador é justificar a relação que aquela fala tem com a cena (embora provavelmente nada tenha a ver com o raio X) respondendo no papel de médico. O improvisador nunca deve fazer perguntas ao leitor, já que uma resposta, muito provavelmente, não estará no texto. Os 2 atores continuam a dialogar enquanto o improvisador continua a explicar todas as falas que lhe são atiradas. Se um discurso longo aparece no texto, o ator que está lendo pode usar apenas a primeira frase da fala. Este é um exercício importante para treinar a capacidade de ouvir e a flexibilidade em uma cena.
30. APAGAMENTO MOMENTÂNEO DAS LUZES (2 ATORES E UM APONTADOR)
Este exercício consiste de uma série de mini-cenas. Cada cena começa no escuro com 2 atores que não têm nenhuma idéia preconcebida de quem são ou onde estão. O apontador anuncia uma locação - tal como uma loja de móveis, um playground ou uma academia de ginástica - e as luzes se acendem no palco. Tão rápido quanto possível, os dois atores devem estabelecer quem são e o que está acontecendo entre eles. Termine a cena obscurecendo parcialmente as luzes em um minuto, esteja ela concluída ou não. Cada grupo de dois atores pode fazer três cenas consecutivas.
31. EXPRESSÃO VOCAL
Repetir rápida e lentamente, alto e baixo, frases como:
- O tamborineiro tamborilava em seu tamborim.
- O doce falou pro doce que o doce mais doce é o doce da batata doce.
- O vestidinho de bolinha da lucinha era bonitinho e sem preço.
- Em um pote há uma aranha e uma rã, nem a rã arranha a aranha, nem a aranha arranha a rã.
- O conglo conglomerava no congo.
32. ESTÁTUA
Objetivo: conhecimento da técnica do estático, muito utilizado nas dramatizações
Os participantes estarão andando pelo salão, ao seu sinal, ele paralisarão com expressão facial e corporal sentimentos como alegria, tristeza, medo, pavor, ira, orgulho, cinismo, desanimo, desprezo, etc, estes sentimentos ao seu sinal, você irá falar. Pode se fazer em dois grupos, para que um grupo olhe e observa a expressão do outro, e você analisa junto o que faltou, o que melhorou, etc.
33. ESPELHO
Objetivo: Adquirir o engrossamento do grupo nas cenas
Cada componente do grupo escolherá um parceiro, onde um será o espelho e o outro o comando. O espelho deverá repetir os gestos e movimentos do comando como: pentear-se, pular, expressar caretas, abaixar, etc. simultaneamente. Depois o espelho passará a ser comando e o comando espelho.
34. MÍMICA 1
Um ator vai ao palco e conta, em mímica, uma pequena história. Um segundo ator observa enquanto que os outros três não podem ver. O segundo ator vai ao palco e reproduz o que viu, enquanto os outros dois não vêm: só o terceiro. Vai o terceiro e o quarto o observa, mas não o quinto. Vai o quaro e o quinto o observa. Finalmente vai o quinto ator e reproduz o que viu fazer ao quarto.
Compara-se depois o que fez o primeiro: em geral, o quinto já não tem nada mais a ver com o primeiro. Depois, pede-se a cada um que diga em voz alta o que foi que pretendeu mostrar com a sua mímica. Este exercício é divertidíssimo.
Variante: cada ator que observa tenta corrigir aquilo que viu. Por exemplo: imagina que o ator anterior estava tentando mostrar tal coisa, porém que o fazia mal - dispõe-se então a fazer a mesma coisa, porém bem - eliminando os detalhes inúteis e acentuando os mais importantes.
35. MIMICA 2
Sentados em circulo, em silencio total, o primeiro participante criará com as mãos um objeto, ou animalzinho, que será passado ao componente mais próximo, que ao receber o presente observando bem do que se trata, transformando-o em uma outra coisa qualquer, passando adiante e assim sucessivamente.
As criações serão recebidas em todo seu aspecto, ou seja: peso, consistência, cheiro, etc.
Depois de todos terem feito o exercício, cada um devera responder o que recebeu de seu colega.
Objetivo: Entre outros tornar ágeis as mãos para que em uma representação que exija o uso de um copo por exemplo, a personagem poderá mostrá-lo de modo invisível tornando a cena bem mais criativa.
36. RELAXAMENTO
Todos estarão sentados confortavelmente, em absoluto silencio, numa sala pouco iluminada e com um som ambiente, serão seguidos os movimentos indicados pelo líder.
a) Todos deverão sentir os dedos e as plantas dos pés, relaxando-se ao máximo. Respirar profunda e suavemente.
b) Afrouxar os músculos das pernas e joelhos.
c) Fazer o mesmo com o abdome, imaginando ainda que uma grande suavidade envolve os órgãos digestivos.
d) O mesmo com o tórax, os ombros, e a nuca mais demoradamente.
e) Amolecer os braços as palmas das mãos e os dedos.
f) Relaxar o couro cabeludo, e tirar do rosto qualquer ruga de preocupação
g) Imaginar um lugar lindo e tranqüilo, como um amanhecer no campo.
h) Pedir a todos que bocejem e se espreguicem lentamente como gatos.
Em exercício de relaxamentos, coloque uma música, e vc pode encerrar com uma oração, pois o clima estará bem favorável.
37. CENAS E ATOS
1. Grave uma cena de uma novela, uma cena onde há até 3 personagens (claro que você será prudente ao escolher a cena).
a) Reunido com o seu grupo, você irá fazê-los ouvir a cena, não assistir, apenas ouvir, na cabeça deles tentarão imaginar, como é a cena, o exercício é que eles deverão representar a cena, depois de todos os grupos terem apresentado, você irá assistir com eles e comentarão sobre o que cada um representou.
b) Uma outra forma é, você entregará a cena escrita em um papel, onde eles terão que decorar as falas e representá-la. Neste exercício dará para perceber os defeitos de representação, onde cada um pode melhorar.
2. Marque uma data onde cada um deverá representar um personagem típico do Brasil, com todas as características, seja nas vestimentas, costumes, falas. Este exercício ajuda o ator se descontrair e a vencer suas barreiras em palco.
3. Dê como uma lição de casa onde cada um terá que representar um monólogo, criado por ele. Este exercício pode revelar grandes escritores.
JOGOS COLETIVOS
Os jogos coletivos ajudam para uma interação grupal.
38. EXERCÍCIO 01:
Andando pelo espaço com o uso de códigos. O mediador diz um número e todo o grupo deve realizar a tarefa correspondente. São os códigos:
1 = pá! (Grita-se)
2 = gol!(gritar)
3 = atchim! (deve-se espirrar)
4 = deitar(todos devem deitar-se no chão)
5 = estátua
6 = banhar-se (fingir que toma banho)
39. EXERCÍCIO 02 (Variação):
Andando pelo espaço com o uso de códigos. O mediador diz um número e todo o grupo deve realizar a tarefa correspondente. Quando o orientador disser
PULE os participantes devem AGAXAR-SE assim.
SENTAR é igual a FICAR DE PÉ.
GRITAR é o mesmo que FAZER SILÊNCIO.
PULAR é o mesmo que AGAXAR.
ANDAR é o mesmo que PARAR
40. EXERCÍCIO 03:
Um dos melhores jogos coletivos que pode ser usado no teatro é, sem dúvida, escravos de Jó. Por incitar o “jogo cênico”, um depende do outro para que tudo saia perfeitamente bem.
41. EXERCÍCIO 04:
O orientador pede para que fiquem de dupla, cada um com sua dupla inicia-se o jogo, cada pessoa deverá contar para o outro a história de seu nome, ao final das duas pessoa cada um fala a história do nome do/da colega para o grupão.
Observação: As pessoa costumam não saber a história de seu nome, então deverá se a maioria não souber, pode pedir antecipadamente para que os/as participantes procurem saber para o próximo encontro.
EXERCÍCIOS DE RESPIRAÇÃO
42. SEGURANDO O FÔLEGO
Respirar e falar em um único fôlego, as seqüências que vão aumentando o número de frases. O objetivo é ir exercitando e procurar avançar a cada respiração.
Este é o João.
Esta é a casa do João.
Este é o grão que estava na casa do João.
Este é o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Este é o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Este é o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Esta é a vaquinha do chifrinho torto que espantou o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Esta é a moça fraquinha e sozinha que ordenhou a vaquinha do chifrinho torto que espantou o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Este é o moço pobrezinho e magrinho que beijou a moça fraquinha e sozinha que ordenhou a vaquinha do chifrinho torto que espantou o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Este é o padre sem barba e bigode que casou o moço pobrezinho e magrinho que beijou a moça fraquinha e sozinha que ordenhou a vaquinha do chifrinho torto que espantou o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Este é o galo que canta e sacode que acorda o padre sem barba e bigode que casou o moço pobrezinho e magrinho que beijou a moça fraquinha e sozinha que ordenhou a vaquinha do chifrinho torto que espantou o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Este é o fazendeiro semeando o grão que guardou o galo que canta e sacode que acorda o padre sem barba e bigode que casou o moço pobrezinho e magrinho que beijou a moça fraquinha e sozinha que ordenhou a vaquinha do chifrinho torto que espantou o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
Este é o cavalo e o cão e a corneta que são do fazendeiro semeando o grão que guardou o galo que canta e sacode que acorda o padre sem barba e bigode que casou o moço pobrezinho e magrinho que beijou a moça fraquinha e sozinha que ordenhou a vaquinha do chifrinho torto que espantou o cão que assustou o gato que matou o rato que comeu o grão que estava na casa do João.
OBS: Outros exercícios iremos fazer durante as oficinas com um auxílio de um cd áudio.
EXERCÍCIOS DE EXPRESSÃO CORPORAL.
43. ESTÁTUA
Objetivo: conhecimento da técnica do estático, muito utilizado nas dramatizações.
Os participantes estarão andando pelo salão, ao seu sinal, ele paralisarão com expressão facial e corporal sentimentos como alegria, tristeza, medo, pavor, ira, orgulho, cinismo, desanimo, desprezo, etc, estes sentimentos ao seu sinal, você irá falar.
Pode se fazer em dois grupos, para que um grupo observe a expressão do outro, e você analisa junto o que faltou, o que melhorou, etc.
44. ESPELHO
Objetivo: Adquirir o engrossamento do grupo nas cenas.
Cada componente do grupo escolherá um parceiro, onde um será o espelho e o outro o comando. O espelho deverá repetir os gestos e movimentos do comando como: pentear-se, pular, expressar caretas, abaixar, etc. simultaneamente.
Depois o espelho passará a ser comando e o comando espelho. Esse exercício será feito todo através de toques.
EX: as mãos dos parceiros se encontram, quando o que esta guiando faz um movimento para o lado o outro também faz porque estará sentindo o tato do outro.
45. FORMAS DE ANDAR
Objetivo: Experimentar diferentes formas do corpo.
Consiste em explorar formas diferentes de andar. Por exemplo, andar com os pés virados para fora como Charlie Chaplin, nas pontas dos pés, nos calcanhares, pés para dentro, pontas dos dedos, zambetas e outras.
EXERCÍCIOS DE CONFIANÇA.
46. JOÃO TEIMOSO:
Forma-se um grupos com participantes numa roda que da para uma pessoa ficar ao meio, na distancia de um pouco mais de um braço das pessoas que estão ao círculo.
Quem esta no meio do circulo deverá fechar os olhos e com os pés juntos e deixar que seu corpo balance dentro da roda sem fazer nenhum esforço para isso, as pessoa que estarão na roda é quem balançará o corpo de quem esta no circulo.
Ao comando do orientador muda a pessoa do meio da roda.
47. DEIXAR-SE LEVAR:
Em dupla, faz-se um corredor de pessoa, cada dupla segura firme no braço um do outro, com todos os braços juntos, segurando em sua dupla e ombro e quadril junto do ombro e do quadril de quem esta em seu lado, teremos então uma espécie de rede humana.
Um participante inicia o jogo deitando de busto pra cima, com as pernas estiradas, braços em forma de X segurando com as mãos os ombros enquanto os demais tentam passar a pessoa pela rede de braços até o final da fila.
O Jogo segue até o ultimo jogador.
EXERCÍCIOS DE RITMOS
48. REPRODUÇÃO DE SONS
Objetivo: Obter conhecimento dos diferentes sons do seu corpo.
Cada componente faz um som e os outros repetem, os sons que deverão fazer é exclusivamente com seu próprio corpo.
Apos a conclusão de uma primeira rodada, o orientador deverá mostrar alguns outros sons do corpo que não saiu no exercício.
Geralmente sons de boca como o S (si), Assovio, estalos com a língua, palmas das mãos juntas e esfregar e outros tantos.
Quando o orientador fizer, todos repetem, e ao final da amostra, o exercício inicial repete-se mais uma vez com os novos sons encontrados.
49. SEGUIR O SEGUIDOR:
Esse exercício é geralmente usado para integração grupal, uma pessoa inicia o movimento
e os outros repetem o mesmo movimento, mas no nosso caso será diferente e no módulo de ritmo, uma pessoa inicia uma seqüência de sons de percussão com o corpo e os demais repetem.
50. CONSENTRAÇÃO COM N°
Objetivo: Obter ritmo e concentração dos participantes.
Divide-se o grupo em duplas, em seguida passa as informações do exercício, que se dará da seguinte forma, cada dupla pronunciará os números ordinais 1, 2, 3 cada pessoa fala um n° apenas de maneira que cada um da dupla falará por sua vez os três n°1.
Depois de um tempo de treino, o orientador pede para mudar, em vez de falar o n° 1 agora fará um som que substituirá o n° ficando assim, Som, 2, 3, Som, 2, 3, Som, 2, 3.
Para piorar a situação o n° 2 será mudado para uma letra A ou B ou Z qualquer letra do alfabeto, assim ficará Som, A, 3, Som, A, 3, Som, A, 3 .
Por fim o n° 3 é substituído por um movimento ou um toque, ao final teremos, Som, A, Movimento ou toque. Som, A, Movimento ou toque, Som, A, Movimento ou toque.
Depois o orientador pede para cada dupla fazer o exercício e os outros observarem.
51. MIMICA
Objetivo: Entre outros tornarem ágeis as mãos para que em uma representação que exija o uso de um copo, por exemplo, a personagem poderá mostrá-lo de modo invisível tornando a cena bem mais criativa.
Sentados em circulo, em silencio total, cada participante pega um objeto seu de uso e faz com ele o que faz de costume, deixa que a pessoa fique a vontade com o objeto, depois de tempo o orientador pede para que ponham o objeto no chão, agora as/os participantes deverão reproduzir o que estavam fazendo.
Dar-se um tempo para que reproduzam, depois do exercício de reproduzir cada participante poderá falar como foi o exercício para ela/ele, depois dos comentários repete-se a ação inicial com os objetos, porém com atenção para o movimento que esta fazendo, em seguida põem-se outra vez o objeto no chão para fazer o exercício com base nas lembranças de como foi feito a ação com o objeto.
52. PARTE DO OBJETO:
Divide-se em grupos cada grupo terá que mostrar um objeto, porém cada participante será uma parte do todo, o objeto deve ter som e cada participante faz o som da parte que esta representando tentando fazer o mesmo ritmo do objeto escolhido ex: um carro. Quem é o motor? (som do motor) E o pneu? (som do pneu) e assim sucessivamente. Ao final os grupos se apresentam.
53. EXERCÍCIOS DE RELAXAMENTO
Todos estarão sentados confortavelmente, em absoluto silencio, numa sala pouco iluminada e com um som ambiente, serão seguidos os movimentos indicados pelo orientador.
a) Todos deverão sentir os dedos e as plantas dos pés, relaxando-se ao máximo. Respirar profunda e suavemente.
b) Afrouxar os músculos das pernas e joelhos.
c) Fazer o mesmo com o abdome, imaginando ainda que uma grande suavidade envolve os órgãos digestivos.
d) O mesmo com o tórax, os ombros, e a nuca mais demoradamente.
e) Amolecer os braços as palmas das mãos e os dedos.
f) Relaxar o couro cabeludo, e tirar do rosto qualquer ruga de preocupação.
g) Imaginar um lugar lindo e tranqüilo, como um amanhecer no campo.
h) Pedir a todos que bocejem e se espreguicem lentamente como gatos.
Em exercício de relaxamentos, coloque uma música, e você pode encerrar com uma oração, pois o clima estará bem favorável.
EXERCÍCIOS DE REPRESENTAÇÃO
54. REPRESENTAR 02
Objetivo: ajuda o ator se descontrair e a vencer suas barreiras.
Marque uma data onde cada um deverá representar um personagem típico do Brasil, com todas as características, seja nas vestimentas, costumes, falas.
55. VARIAÇÃO:
Lição de casa onde cada um terá que representar um monólogo, criado por ele. Este exercício pode revelar grandes escritores.
EXERCÍCIOS DE IMPROVISAÇÃO
56. OBJETO HISTÓRIA
Objetivo: Improvisar a partir do que estar a sua volta.
Com uma caixa de objetos ao centro, inicia-se o jogo, cada participante irá lá e pegará um objeto e a partir dele inicia-se uma história, quando o orientador der o sinal outra pessoa vai lá e continua a mesma história a partir do seu objeto, e assim vai até a ultima pessoa que ficará responsável para encerrar a contação.
Sugestões: Pode ser com frutas, ao final todos fazer um saboroso lanche.
57. HISTÓRIA PASSADA
Objetivo: Exercitar a criatividade e a improvisação.
Começa-se uma história, ao sinal do orientador, que esta ao lado continua a mesma história da parte que o outro terminou, segue o jogo até o ultimo que encerra a contação.
58. GANGORRA
Objetivo: Exercitar argumentações para uma possível improvisação.
Em círculo o orientador explica o jogo, que será da seguinte forma, uma dupla ao meio, um faz um papel de opressor o outro de oprimido ambos argumentando sobre uma situação, a principio o opressor tem argumentos muitos fortes para deixar o oprimido sem razão, quando o orientador der o sinal o oprimido passa então a ter mais argumentos que o opressor deixando-o assim sem um pingo de razão.
O exercício só para quando o orientador pedir, podendo assim ter várias vezes a situação de mudança de posição que hora será de razão e hora será de não razão.
59. BLABLAÇÃO:
Duplas ou trios um instrutor.
Os jogadores escolhem ou aceitam um assunto para conversar. Quando a conversa se tornar fluente em português, dê a instrução blablação e os jogadores devem mudar para a blablação até que sejam instruídos a retornar a conversa em português.
A conversa deve fluir normalmente e avançar no que se refere ao sentido.
Blablação! Português! Blablação! Português! (e assim por diante).
Verificar de a conversa flui e tem continuidade e se a comunicação é sempre mantida.
EXERCÍCIOS DE MEMÓRIA E IMAGINAÇÃO
Esse exercício ajuda a trabalhar a memória motora.
60. EXERCÍCIO:
Põem-se uma música ambiente, os participante deitados ou sentados no chão,
deverão relembrar todo o processo de acordar até começar a agitação diária, remontando assim uma séria de várias ações, dado um tempo o orientador pede para que eles agora reproduzam tal qual aconteceu, cada um no seu tempo.
61. VARIAÇÃO:
Põem-se uma música ambiente, os participante deitados ou sentado no chão, deverão relembrar todo o processo preparação até dormir, porém desta vez contará verbalmente para um companheiro, desta forma deverão se formar dupla antes do exercício.
62. Exercícios de voz.
(em aulas de canto, é ótimo para o 'desenrolar' da língua).
Alguns exercícios serão feitos para destravar a língua e articular bem as palavras, por isso travas-linguas são de muita importância para os atores e atrizes. Repetir rápida e lentamente, alto e baixo, frases como:
Os principais instrumentos de trabalho dos atores é o corpo e a voz. Os atores no palco precisam gesticular e se movimentarem e se expressarem para que a mensagem da peça seja entendida pelo público.
Para que nada seja esquecido é necessário concentração, ou seja estar atento e com a atenção em tudo o que a peça exige e o que foi estabelecido e fixado nos ensaios.
O treinamento do ator é feito para que seja afinado seu instrumento de trabalho, para que ele dê a resposta no momento exigido.
Exercitar os movimentos, expressão dos gestos, e a voz com os aquecimentos para descobrir novas possibilidades. No dia-a-dia é comum falarmos sem nos preocupar com o “como” falamos, no teatro tudo tem que ser claro, articulado e controle da voz; ou seja, uma boa dicção para que o público entenda cada palavra pronunciada, porque não se pode interromper um espetáculo para esclarecimentos.
Para manter uma voz saudável é necessário observar certos hábitos que podem causar prejuízos à sua utilização, algumas dicas:
Aquecer a voz cantando só ou em grupo músicas baixinho e depois aumentando o volume.
Declamar poesias, declamar letras de músicas (há a dificuldade da lembrança da melodia em contraponto com a fala); explorar sons feitos com a boca: Trinados, chiados, roncos, sílabas...)
Trava-línguas, sopros, parlendas lidas com exercícios respiratórios e articulatórios.
63. TRAVA-LÍNGUAS
O RATO E A ROSA RITA
- O rato roeu a roupa do rei de Roma,
- O rato roeu a roupa do rei da Rússia,
- O rato roeu o rabo do Rodovalho...
- O rato roeu a rolha da garrafa da rainha.
- O rato a roer roia.
-E a rosa Rita Ramalho.
- Do rato a roer se ria.
PINTOR PORTUGUÊS
- Paulo Pereira Pinto Peixoto,
- Pobre pintor português,
-Pinta perfeitamente
- Portas, paredes e pias,
- Por parco preço, patrão.
PADRE PEDRO
- Pedreiro da Catedral está aqui o padre Pedro?-
- Qual padre Pedro?-
- O padre Pedro Pires Pisco Pascoal.
- Aqui na catedral tem três padres Pedros Pires Piscos Pascoais.
- Como em outras catedrais.
PEDRO
- Se o Pedro é preto, o peito do Pedro é preto e o peito do pé do Pedro é preto.
TATÚ
- Alô, o tatu ta aí?
- Não, o tatu num ta.
- Mas a mulher do tatu tando, é o mesmo que o tatu ta.
O SAPO NO SACO
- Olha o sapo dentro do saco,
-O saco com o sapo dentro,
-O sapo batendo papo
- E o papo soltando vento.
TEMPO
- O tempo perguntou pro tempo quanto tempo o tempo tem.
-O tempo respondeu pro tempo que o tempo tem tanto tempo quanto tempo o tempo tem.
LILI E LALÁ
- Lili e Lalá
- Lavam louça
-Levam lixo e levam lenha, sempre lado a lado.
- E nesse leva-que-leva e nesse lava-que-lava,
- Levam a vida e levam vida pra vila.
- Menino que muda muito
- Muda muito de repente,
- Pois sempre que a gente muda
- O mundo muda com a gente.
- O prefeito moço prometeu ovo
- Muito ovo pro povoE quando ganhou
- O prefeito novo deu banana pro povo.
- O padre Pedro pega o prato
- E papa que papa
- E quando o padre Pedro
- Papa, não pára nem pro Papa.
- E dizem que praga do padre Pedro pega e prega.
- Mas quem pega a praga do padre Pedro no prego e prega,
- A praga não pega.
- O tamborineiro tamborilava em seu tamborim.
- O doce falou pro doce que o doce mais doce é o doce da batata doce.
- O vestidinho de bolinha da lucinha era bonitinho e sem preço.
- Em um pote há uma aranha e uma rã, nem a rã arranha a aranha, nem a aranha arranha a rã.
- O conglo conglomerava no congo.
64. Leitura dramática.
Peleja do Cego Aderaldo com Zé Pretinho dos Tucuns por Cego Aderaldo, aliás Antônio Firmino do Amaral.
Apreciem, meus leitores,
Uma forte discussão,
Que tive com Zé Pretinho,
Um cantador do sertão,
O qual, no tanger do verso,
Vencia qualquer questão.
Um dia, determinei
A sair do Quixadá
Uma das belas cidades
Do estado do Ceará.
Fui até o Piauí,
Ver os cantores de lá.
Me hospedei na Pimenteira
Depois em Alagoinha;
Cantei no Campo Maior,
No Angico e na Baixinha.
De lá eu tive um convite
Para cantar na Varzinha.
Quando cheguei na Varzinha,
Foi de manhã, bem cedinho;
Então, o dono da casa
Me perguntou sem carinho:
— Cego, você não tem medo
Da fama do Zé Pretinho?
Eu lhe disse: — Não, senhor,
Mas da verdade eu não zombo!
Mande chamar esse preto,
Que eu quero dar-lhe um tombo
— Ele chegando, um de nós
Hoje há de arder o lombo!
O dono da casa disse:
— Zé Preto, pelo comum,
Dá em dez ou vinte cegos —
Quanto mais sendo só um!
Mando já ao Tucumanzeiro
Chamar o Zé do Tucum.
Chamando um dos filhos, disse:
- Meu filho, você vá já
Dizer ao José Pretinho
Que desculpe eu não ir lá
E que ele, como sem falta,
Hoje à noite venha cá.
Em casa do tal Pretinho,
Foi chegando o portador
E dizendo: — Lá em casa
'Tem um cego cantador
E meu pai mandou dizer-lhe
Que vá tirar-lhe o calor!
Zé Pretinho respondeu:
- Bom amigo é quem avisa!
Menino, dizei ao cego
Que vá tirando a camisa,
Mande benzer logo o lombo,
Porque vou dar-lhe uma pisa!
Tudo zombava de mim
E eu ainda não sabia
Se o tal do Zé Pretinho
Vinha para a cantoria.
As cinco horas da tarde,
Chegou a cavalaria.
O preto vinha na frente,
Todo vestido de branco,
Seu cavalo encapotado,
Com o passo muito franco.
Riscaram duma só vez,
Todos no primeiro arranco
Saudaram o dono da casa
Todos com muita alegria,
E o velhote, satisfeito,
Folgava alegre e sorria.
Vou dar o nome do povo
Que veio pra cantoria:
Vieram o capitão Duda
Tonheiro, Pedro Galvão,
Augusto Antônio Feitosa
Francisco, Manoel Simão
Senhor José Campineiro
Tadeu e Pedro Aragão.
O José das Cabaceiras
E o senhor Manoel Casado,
Chico Lopes, Pedro Rosa
E o Manoel Bronzeado,
Antônio Lopes de Aquino
E um tal de Pé-Furado.
Amadeu, Fábio Fernandes,
Samuel e Jeremias,
O senhor Manoel Tomás,
Gonçalo, João Ananias
E veio o vigário velho,
Cura de Três Freguesias.
Foi dona Merandolina,
Do grêmio das professoras,
Levando suas duas filhas,
Bonitas, encantadoras
Essas duas eram da igreja
As mais exímias cantoras.
Foi também Pedro Martins,
Alfredo e José Segundo,
Senhor Francisco Palmeira,
João Sampaio e Facundo
E um grupo de rapazes
Do batalhão vagabundo.
Levaram o negro pra sala
E depois para a cozinha;
Lhe ofereceram um jantar
De doce, queijo e galinha
Para mim, veio um café
E uma magra bolachinha.
Depois, trouxeram o negro,
Colocaram no salão,
Assentado num sofá,
Com a viola na mão,
Junto duma escarradeira,
Para não cuspir no chão.
Ele tirou a viola
De um saco novo de chita,
E cuja viola estava
Toda enfeitada de fita.
Ouvi as moças dizendo:
— Oh, que viola bonita!
Então, para eu me sentar,
Botaram um pobre caixão,
Já velho, desmantelado,
Desses que vêm com sabão.
Eu sentei-me, ele vergou
E me deu um beliscão.
Eu tirei a rabequinha
De um pobre saco de meia,
Um pouco desconfiado
Por estar em terra alheia.
Aí umas moças disseram:
— Meu Deus, que rabeca feia!
Uma disse a Zé Pretinho:
— A roupa do cego é suja!
Botem três guardas na porta,
Para que ele não fuja
Cego feio, assim de óculos,
Só parece uma coruja!
E disse o capitão Duda,
Como homem muito sensato:
— Vamos fazer uma bolsa!
Botem dinheiro no prato —
Que é o mesmo que botar
Manteiga em venta de gato!
Disse mais: — Eu quero ver
Pretinho espalhar os pés!
E para os dois contendores
Tirei setenta mil réis,
Mas vou completar oitenta —
Da minha parte, dou dez!
Me disse o capitão Duda:
— Cego você não estranha!
Este dinheiro do prato,
Eu vou lhe dizer quem ganha:
Só pertence ao vencedor —
Nada leva quem apanha!
E nisto as moças disseram:
— Já tem oitenta mil réis,
Porque o bom capitão Duda,
Da Parte dele, deu dez. . .
Se acostaram a Zé Pretinho,
Botaram mais três anéis.
Então disse Zé Pretinho:
- De perder não tenho medo!
Esse cego apanha logo —
Falo sem pedir segredo!
Como tenho isto por certo,
Vou pondo os anéis no dedo ...
Afinemos o instrumento,
Entremos na discussão!
O meu guia disse pra mim:
— O negro parece o Cão!
Tenha cuidado com ele,
Quando entrarem na questão!
Então eu disse: — Seu Zé,
Sei que o senhor tem ciência —
Me parece que é dotado
Da Divina Providência!
Vamos saudar este povo,
Com sua justa excelência!
PRETINHO — Sai daí, cego amarelo,
Cor de couro de toucinho!
Um cego da tua forma
Chama-se abusa-vizinho —
Aonde eu botar os pés,
Cego não bota o focinho!
CEGO - Já vi que seu Zé Pretinho
É um homem sem ação —
Como se maltrata o outro
Sem haver alteração?!...
Eu pensava que o senhor
Tinha outra educação!
P. — Esse cego bruto, hoje,
Apanha, que fica roxo!
Cara de pão de cruzado,
Testa de carneiro mocho —
Cego, tu és o bichinho,
Que comendo vira o cocho!
C. — Seu José, o seu cantar
Merece ricos fulgores;
Merece ganhar na saia
Rosas e trovas de amores —
Mais tarde, as moças lhe dão
Bonitas palmas de flores!
P. — Cego, eu creio que tu és
Da raça do sapo sunga!
Cego não adora a Deus —
O deus do cego é calunga!
Aonde os homens conversam,
O cego chega e resmunga!
C. — Zé Preto, não me aborreço
Com teu cantar tão ruim!
Um homem que canta sério
Não trabalha verso assim —
Tirando as faltas que tem,
Botando em cima de mim!
P. — Cala-te, cego ruim!
Cego aqui não faz figura!
Cego, quando abre a boca,
É uma mentira,pura —
O cego, quanto mais mente,
Ainda mais sustenta e jura!
C. — Esse negro foi escravo,
Por isso é tão positivo!
Quer ser, na sala de branco,
Exagerado e altivo —
Negro da canela seca
Todo ele foi cativo!
P. — Eu te dou uma surra
De cipó de urtiga,
Te furo a barriga,
Mais tarde tu urra!
Hoje, o cego esturra,
Pedindo socorro —
Sai dizendo: — Eu morro!
Meu Deus, que fadiga!
Por uma intriga,
Eu de medo corro!
C. — Se eu der um tapa
No negro de fama,
Ele come lama,
Dizendo que é papa!
Eu rompo-lhe o mapa,
Lhe rompo de espora;
O negro hoje chora,
Com febre e com íngua
Eu deixo-lhe a língua
Com um palmo de fora!
P. —No sertão, peguei
Cego malcriado
Danei-lhe o machado,
Caiu, eu sangrei!
O couro eu tirei
Em regra de escala:
Espichei na sala,
Puxei para um beco
E, depois de seco,
Fiz mais de uma mala!
C. —Negro, és monturo,
Molambo rasgado,
Cachimbo apagado,
Recanto de muro!
Negro sem futuro,
Perna de tição,
Boca de porão,
Beiço de gamela,
Vento de moela,
Moleque ladrão!
P. — Vejo a coisa ruim —
O cego está danado!
Cante moderado,
Que não quero assim!
Olhe para mim,
Que sou verdadeiro,
Sou bom companheiro —
Canto sem maldade
E quero a metade,
Cego, do dinheiro!
C. — Nem que o negro seque
A engolideira,
Peça a noite inteira
Que eu não lhe abeque —
Mas esse moleque
Hoje dá pinote!
Boca de bispote,
Vento de boeiro,
Tu queres dinheiro?
Eu te dou chicote!
P. — Cante mais moderno,
Perfeito e bonito,
Como tenho escrito
Cá no meu caderno!
Sou seu subalterno,
Embora estranho
Creio que apanho
E não dou um caldo...
Lhe peço, Aderaldo,
Que reparta o ganho!
C. — Negro é raiz
Que apodreceu,
Casco de judeu!
Moleque infeliz,
Vai pra teu país,
Se não eu te surro,
Te dou até de murro,
Te tiro o regalo
Cara de cavalo,
Cabeça de burro!
P. — Fale de outro jeito,
Com melhor agrado
Seja delicado,
Cante mais perfeito!
Olhe, eu não aceito
Tanto desespero!
Cantemos maneiro,
Com verso capaz
Façamos a paz
E parto o dinheiro!
C. — Negro careteiro,
Eu te rasgo a giba,
Cara de gariba,
Pajé feiticeiro!
Queres o dinheiro,
Barriga de angu,
Barba de guandu,
Camisa de saia,
Te deixo na praia,
Escovando urubu!
P. - Eu vou mudar de toada,
Pra uma que mete medo
Nunca encontrei cantador
Que desmanchasse este enredo:
É um dedo, é um dado, é um dia,
É um dia, é um dado, é um dedo!
C.— Zé Preto, esse teu enredo
Te serve de zombaria!
Tu hoje cegas de raiva
E o Diabo será teu guia
É um dia, é um dedo, é um dado,
É um dado, é um dedo, é um dia!
P. — Cego, respondeste bem,
Como quem fosse estudado!
Eu também, da minha parte,
Canto versos aprumado
É um dado, é um dia, é um dedo,
É um dedo, é um dia, é um dado!
C. — Vamos lá, seu Zé Pretinho,
Porque eu já perdi o medo:
Sou bravo como um leão,
Sou forte como um penedo
É um dedo, é um dado, é um dia,
É um dia, é um dado, é um dedo!
P. — Cego, agora puxa uma
Das tuas belas toadas,
Para ver se essas moças
Dão algumas gargalhadas
Quase todo o povo ri,
Só as moças 'tão caladas!
C.— Amigo José Pretinho,
Eu nem sei o que será
De você depois da luta
Você vencido já está!
Quem a paca cara compra
Paca cara pagará!
P. — Cego, eu estou apertado,
Que só um pinto no ovo!
Estás cantando aprumado
E satisfazendo o povo
Mas esse tema da paca,
Por favor, diga de novo!
C. — Disse uma vez, digo dez
No cantar não tenho pompa!
Presentemente, não acho
Quem o meu mapa me rompa
Paca cara pagará,
Quem a paca cara compra!
P. — Cego, teu peito é de aço
Foi bom ferreiro que fez
Pensei que cego não tinha
No verso tal rapidez!
Cego, se não é maçada,
Repete a paca outra vez!
C. — Arre! Que tanta pergunta
Desse preto capivara!
Não há quem cuspa pra cima,
Que não lhe caia na cara
Quem a paca cara compra
Pagará a paca cara!
P. — Agora, cego, me ouça:
Cantarei a paca já
Tema assim é um borrego
No bico de um carcará!
Quem a caca cara compra,
Caca caca cacará!
Houve um trovão de risadas,
Pelo verso do Pretinho.
Capitão Duda lhe disse
—Arreda pra lá, negrinho!
Vai descansar o juizo,
Que o cego canta sozinho!
Ficou vaiado o pretinho
E eu lhe disse: — Me ouça,
José: quem canta comigo
Pega devagar na louça!
Agora, o amigo entregue
O anel de cada moça!
Me desculpe, Zé Pretinho,
Se não cantei a teu gosto!
Negro não tem pé, tem gancho;
Tem cara, mas não tem rosto
Negro na sala dos brancos
Só serve pra dar desgosto!
Quando eu fiz estes versos,
Com a minha rabequinha,
Busquei o negro na saia,
Mas já estava na cozinha
De volta, queria entrar
Na porta da camarinha!
OBS: Para esse módulo é importante que se escute CD´s de poemas, declamações, contações de história e outros, isso ajudará as atriz e atores a perceber como elas também podem impostar sua voz tornando-a interessante para uma leitura dramatizada.
65. Poesia
De Olho
Vejo que vivo cego enxergando,
Quanto mais eu vivo, mais
Cego vou ficando, não sou
Cego de nascença, não pedi
Pra me cegarem, nasci limpo;
Cristalino, me pegaram e me
Envenenaram.
Texto: Jonas de Jesus
TARDES DE DOMINGO
Ai que saudades
daquelas tardes ensolaradas,
daquele peso do brabo cabo pesado da enxada,
daquele pingo de suor correndo pelo meu rosto,
Ai que saudades
daquele pé descalço pisando na terra,
daquele cheiro gostoso da terra molhada,
daquela tamanha coragem que ardia no meu peito,
daquele cangote cheiroso da nega que me contemplava,
da vida que eu tinha naquele sertão danado.
E agora,
tão fraco,
só me resta dizer:
Ai que saudades!
Texto: Jonas de Jesus
SALVE, ZUMBI!!!
Negros como a noite
donos de um mistério tão claro
que somente o oceano comporta
talvez pela saudade que ficou
profunda mar adentro
Noite negra de profundo mistério
engolindo o abissal e translúcido mar
Ficou certamente a saudade
profunda e melancólica talvez
Texto: Wellington Pará...
COISA DE NEGRO
Os negros convidam
À noite profana
Que a estrela aponta
Na favela uma esperança
Ritmada pelo atabaque!
Negra embala em teus seios
As luzes da sã consciência
Aumenta o suor saboroso do trabalho
Engrosse o sangue que
Desatina em minhas veias.
Embriago-me ao som do berimbal
Navegando desesperadamente
Sobre minhas lágrimas
Açucaradas, ora relusentes
A refazer memória, história
Reconstituindo cada pedaço do quilombo...
Texto: Hélio Roque
66. Visão de mundo é leitura.
A história de todas as sociedades que existiram até nossos dias tem sido a história das lutas de classes.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, barão e servo, mestre de corporação e companheiro, numa palavra, opressores e oprimidos, em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre, ou pôr uma transformação revolucionária, da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em luta.
Na Roma antiga encontramos patrícios, cavaleiros, plebeus, escravos; na Idade Média, senhores, vassalos, mestres, companheiros, servos; e, em cada uma destas classes, gradações especiais.
Pôr burguesia compreende-se a classe dos capitalistas modernos proprietários dos meios de produção social que empregam o trabalho assalariado.
Pôr proletários compreende-se a classe dos trabalhadores assalariados modernos, que privados de meios de produção próprios, se vêem obrigados a vender sua força de trabalho para poder existir.
A sociedade burguesa moderna, não aboliu os antagonismos de classe. Não fez senão substituir novas classes, novas condições de opressão, novas formas de luta às que existiram no passado.
Entretanto, a nossa época, divide-se cada vez mais em dois vastos campos opostos, em duas grandes classes diametralmente opostas: a burguesia e o proletariado.
Dos servos da Idade Média nasceram os burgueses livres das primeiras cidades; desta população municipal, saíram os primeiros elementos da burguesia.
Todavia, os mercados ampliavam-se cada vez mais: a procura de mercadorias aumentava sempre.
A própria manufatura tornou-se insuficiente; então, o vapor e a maquinaria revolucionaram a produção industrial.
A grande indústria moderna suplantou a manufatura; a média burguesia manufatureira cedeu lugar aos milionários da indústria, aos chefes de verdadeiros exércitos industriais, aos burgueses modernos.
O governo moderno não é senão um comitê para gerir os negócios comuns de toda a classe burguesa.
Arte da África (Gilberto Gil)
Quando nossos mais velhos vieram das Áfricas, nada trouxeram consigo. Na face e no corpo, as cicatrizes rituais de iniciação e de identidades grupais eram os únicos invólucros do que traziam por dentro, a alma africana. Naquele sopro divino sobreviveram todos os hálitos de suas culturas ancestrais, apesar da provação suprema da travessia da calunga, daquele atlântico inferno. Vieram guardadas as devoções aos espíritos ancestrais, as formas de representação do mundo, a memória das terras de Aruanda. Estas foram as suas únicas ferramentas para operar a resistência e a reconstrução de suas humanidades. Foi preciso juntar todos os cacos para refazer um novo pote. Cada um dos sobreviventes, caco de sua própria África originária, teve que se colar a outros fragmentos de outras Áfricas particulares e a outros cacos da nova terra. E mais as colas, as tintas e o forno tiveram que inventar a partir das sobras disponíveis nesta terra de escravidão. O novo pote resultante, quartinha-de-santo, era uma nova África em sua particularidade de exílio. Uma obra nova de uma arte antiga.
E assim, em todas as terras americanas em que chegaram os filhos e filhas de África, novas Áfricas de exílio foram se criando. Cada uma delas incorporando novas características, novas tintas, mantendo todas a mesma matriz estética. Ao longo dos séculos, com o passar das gerações, as matrizes africanas foram se tornando lembranças cada vez mais vagas. Lembro-me da velha estrofe de afoxé, cantada desde sempre pelos Filhos de Gandhi:
Ê emoriô
Ê emoriô
Ê moripa ô.
E do comentário posterior que fizemos:
Êmoriô deve ser
Uma palavra nagô
Uma palavra de amor,
Um paladar
Êmoriô deve ser
Alguma coisa de lá
O céu, a lua, o sol,
Pra Oxalá,
Ê moripa ô.
Como toda arte afro brasileira, Êmoriô não é uma tradução literal da matriz Yorubá, nem uma citação fundamentalista, mas a lembrança do jeito africano de produzir a beleza. Mas existe mesmo uma arte africana? Ou melhor dizendo, há algumas características gerais que identifiquem a produção artística em diversas civilizações africanas? Para ser fiel à memória dos intelectuais da negritude, salve Léopold Senghor!, a nossa arte não é contemplativa nem uma realização narcisista. Ela nunca foi apenas uma representação do mundo. Ela é, em todas as Áfricas, e também nas Áfricas de exílio, um instrumento de construção do mundo, um instrumento mágico que faz chover ou que espanta as pragas, um instrumento filosófico que traduz um conceito e divulga uma sabedoria, um instrumento que nos possibilita o amor, o prazer, o paladar.
O reencontro com a arte africana é, acima de tudo, um momento de memória. É a reafirmação de nosso compromisso genético com uma arte viva que produz vida, é uma constante reconceptualização de nossa arte afro-descendente, mestiça de matriz africana. A exposição de peças do acervo africano do Museu Etnográfico em Berlim/Dahlem é o momento precioso que nos propicia o Centro Cultural Banco do Brasil. As máscaras, as esculturas, o artesanato, os instrumentos musicais estão ao alcance dos nossos sentidos dizendo: - Brasileiro, lembra-te que também és africano!
SOBRE SABER LER NA SOCIEDADE DO CONHECIMENTO
Texto de Jayme Teixeira Filho.
Qual a importância do ato de ler nos dias atuais? Mais ainda, qual o valor que saber ler agrega na nossa vida pessoal e profissional? Numa "sociedade do conhecimento", o que é "saber ler"? Seremos ainda capazes de "ler", quando textos são cada vez mais "hipertextos" e os contextos cada vez mais globalizados? Que "vantagens competitivas" saber ler pode trazer? Enfim, numa era cada vez mais de imagens, ainda faz sentido ler?
67. Contar a mímica feita por outro:
Um ator vai ao palco e conta, em mímica, uma
pequena história. Um segundo ator observa enquanto que os outros três não podem ver. O segundo ator vai ao palco e reproduz o que viu, enquanto os outros dois não vêm: só o terceiro. Vai o terceiro e o quarto o observa, mas não o quinto. Vai o quaro e o quinto o observa. Finalmente vai o quinto ator e reproduza o que viu fazer ao quarto.
Compara-se depois o que fez o primeiro: em geral, o quinto já não tem nada mais a ver com o primeiro. Depois, pede-se a cada um que diga em voz alta o que foi que pretendeu mostrar com a sua mímica. Este exercício é divertidíssimo
Variante: cada ator que observa tenta corrigir aquilo que viu. Por exemplo: imagina que o ator anterior estava tentando mostrar tal coisa, porém que o fazia mal - dispõe-se então a fazer a mesma coisa, porém bem - eliminando os detalhes inúteis e magnificando os mais importantes.
68. O jogo das profissões:
Os atores escrevem num papelzinho uma profissão, ofício ou ocupação: operário metalúrgico, dentista, padre, sargento, motorista, pugilista etc... Misturam-se os papéis e cada ator tira um. Começam a improvisar a profissão que lhes calhou sem falar dela, apenas mostrando a versão que têm dela. Após uns 15 minutos de improvisação (a cena passa-se na prisão depois de operação policial de rua ou numa fila de ônibus, ou em qualquer outra parte) cada ator procura descobrir a profissão dos demais: se acertar, sai do jogo aquele que foi descoberto e ganham pontos os dois; se não, sai do jogo o que não acertou e perde pontos o que não foi descoberto.
69. Inter-relação de personagens:
Este exercício pode ou não ser mudo. Um ator inicia uma ação. Um segundo ator aproxima-se e, através de ações físicas visíveis, relaciona- se com o primeiro de acordo com o papel que escolhe: irmão, pai, tio, filho etc... O primeiro ator deve procurar descobrir qual o papel e estabelecer a inter-relação.
Seguidamente, entra um terceiro ator que se relaciona com os dois primeiros, depois um quarto e assim sucessivamente.
70. Vários atores sobre o palco:
Os que estão na parte de baixo inventam uma história
que os estão no palco representam com mímica. Os que estão embaixo discutem, falam;
os de cima só se mexem.
71. Personagem em trânsito:
Um ou mais atores entram em cena e realizam certas ações para mostrar de onde vem, o que fazem e para onde vão. Os outros devem descobrir tudo isso apenas através das ações físicas.
As ações físicas podem ser: vêm da rua, estão numa sala de espera de um dentista e vão tirar um dente; vêm do bar, estão no hall do hotel e vão subir ao quarto; saem de suas casas pela manhã, estão no elevador e vão começar o seu trabalho num escritório, etc.
72. Ilustrar um tema:
Dá-se um tema: prisão, por exemplo. Cada ator avança e sem que outros quatro o vejam faz com o corpo a ilustração desse tema. Depois, cada um dos quatro vem, cada um da sua vez, e faz a sua própria ilustração, diante dos companheiros que observam.
Por exemplo: o primeiro pode ilustrar o tema "prisão" ficando deitado, lendo; outro, olhando por uma janela imaginária; um terceiro jogando cartas; um quarto cozinhando; um quinto olhando com raiva para fora. Outro tema: igreja. Pode um fazer-se de padre, outro de sacristão, outro de noivo, outro de turista, etc.
73. Foco:
Divida o grupo em dois times. Time 1 permanece em pé, em linha reta, olhando para a platéia que permanece sentada (time 2). O time 1 deve permanecer em pé sem fazer nada.
O Objetivo é manter os jogadores em pé, desfocados (sem objetivo). Insista nessa parte do jogo até que todos os jogadores que estão em pé estejam visivelmente desconfortáveis. Alguns indivíduos irão rir e ficar mudando de posição de um pé para outro; outros irão simplesmente congelar ou tentar aparentar indiferença.
Se os membros do time na platéia começarem a rir, ignore o riso e enfatize a orientação: nós olhamos para vocês!
Quando os jogadores do Time 1 mostrarem sinais de desconforto, o instrutor dá uma tarefa para ser feita, tal como contar o número de janelas da sala, de pisos do chão, de cartazes afixados na sala. Os jogadores devem ser orientados para continuar contando até que os sinais de desconforto desapareçam e os jogadores demonstrem alívio e relaxamento corporal.
A resposta do grupo será que, no momento que não tinham um objetivo determinado, sentiram desconforto, sem saber o que fazer com as mãos, sem posição certa com as pernas e etc. Mas assim que assumiram um objetivo claro (contar alguma coisa), o desconforto desapareceu. Por quê? Tinha algo para fazer. Explique que essa experiência é uma compreensão do FOCO e que em todos os Jogos Teatrais será dado um FOCO para os jogadores - alguma coisa para fazer.
Converse e avalie com todos como observaram a transformação dos Times, assim que foi dada a instrução de algo a fazer. Alguns começarão a contar da própria experiência e dos colegas, deixe que o assunto esgote de forma bem democrática.
74. Jogo de bola:
Divida o grupo em dois grandes times. Um time é a platéia.
Depois inverta as posições. Se estiver trabalhando individualmente dentro de cada time,
Cada jogador começa a jogar a bola contra uma parede. As bolas são todas imaginárias, feitas de substância do espaço. Quando os jogadores estiverem todos em movimento, a instrução deverá mudar a velocidade com a qual as bolas são jogas.
Modifique a velocidade da fala para combinar com a instrução: por exemplo, ao dar a instrução para que a bola se movimente em câmera lenta, fale em câmera lenta. A bola está se movendo muuuuuito, muuuuuuuuuuito lentamente! Pegue a bola em câmera muito lenta! Agora a bola se move normalmente! Use o corpo todo para jogar a bola! Mantenha o seu olho na bola! Agora muito rápido! Jogue a bola o mais rápido que você puder! Normal de novo. Agora novamente em câmera muuuuuuito leeentaaaaaaaaa! Dê o tempo para que a bola percorra o espaço! Veja o caminho que a bola percorre no espaço! Ritmo normal de novo!
A pergunta “A bola estava no espaço ou nas suas cabeças?” feita é importante porque ela impõe a responsabilidade de observar a realidade do objeto no espaço. A platéia é tão responsável por manter o FOCO quanto o time que está jogando.
Dê a instrução com energia durante o jogo, enfatizando o uso do corpo todo para manter a bola em movimento. Os jogadores devem terminar o jogo com todos os efeitos físicos de um jogo de bola (quentes, sem fôlego, etc.).
As palavras usadas pelo instrutor durante o jogo devem ser cuidadosamente escolhidas. Não se deve pedir que os jogadores façam de conta ou que imaginem.
Deve-se simplesmente orienta-los a manter a bola no espaço e não em suas cabeças.
Quando a bola aparece, ela pode ser vista como se uma bola real estivesse sendo usada. Todos saberão quando isto acontecer.
75. Três mudanças:
Divida o grupo em pares. Todos jogam simultaneamente. Os parceiros se observam cuidadosamente, notando a roupa, o cabelo, os acessórios e etc. Então, ele vira de costas um para o outro e cada um faz três mudanças na sua aparência física: eles dividem o cabelo, desamarram o laço do sapato, mudam o relógio de lado e etc. Quando estiverem prontos, os parceiros voltam a se olhar um tenta identificar quais mudanças o outro fez.
76. Espelho:
Divida o grupo em duplas. Um jogador fica de frente para o outro. Um reflete todos os movimentos iniciados pelo outro, dos pés à cabeça, incluindo expressões faciais. Após algum tempo inverta as posições.
77. Parte do todo:
Um jogador entra na área de jogo e torna-se parte de um grande objeto ou organismo (animal, vegetal ou mineral). Logo que a natureza do objeto se tornar clara para outro jogador, ele entra no jogo como outra parte do todo sugerido. O jogo continua até que todos os participantes estejam trabalhando juntos para formar o objeto completo. Os jogadores podem assumir qualquer movimento, som ou posição para ajudar a completar o todo. Exemplos incluem máquinas, células do corpo, relógios, mecanismos abstratos, constelações, animais.
Este jogo é útil como aquecimento ou para finalizar uma sessão, pois gera espontaneidade e energia. Os jogadores muitas vezes desviam da idéia original do primeiro jogador o que resulta em abstração fantasiosa.
O coordenador deve utilizar a instrução para ajudar os jogadores a entrar no jogo e para ajudar aqueles que têm medo de estarem errados a respeito do objeto que está sendo formado. Outros se apressam em entrar no jogo sem a percepção do todo.
Este jogo teatral também é largamente utilizado com o nome de Máquina. Os imitadores pegaram o exemplo do trem apresentado no jogo Parte de um Todo e limitaram a dinâmica deste jogo a uma área restrita. Na verdade, Parte do Jogo pode ser muitas coisas.
Continuação de movimento: Os jogadores formam um círculo. Um jogador inicia um movimento. Enquanto este está em movimento, todos os outros devem ficar parados.
Quando o primeiro interromper seu movimento, deve ficar “congelado” pronto para continuar a fluência de seu movimento quando voltar a ser sua vez e então outro inicia outro tipo de movimento e assim sucessivamente até que retorne ao primeiro que deve voltar a se movimentar exatamente como antes.
78. Construindo uma história:
Grande grupo em círculo. O coordenador escolhe um jogador que iniciará contando uma história. A história pode ser conhecida ou inventada. Em qualquer momento na história, o coordenador aponta aleatoriamente para outros jogadores que devem ser imediatamente continuar a partir de onde o último jogador parou, mesmo que seja no meio de uma palavra. Por exemplo, o primeiro jogador: O vento soprava..., segundo jogador... O chapéu caiu da sua cabeça. Os jogadores não devem repetir a última palavra previamente enunciada pelo contador.
Para manter a energia individual em alto e total envolvimento com o processo, o instrutor deve surpreender os jogadores fora de equilíbrio, no meio de um pensamento ou de uma frase. Regra opcional: o jogador que for pego iniciando com as últimas palavras do antecessor sai do jogo.
O pré-planejamento aliena os jogadores. Aponte isso para aqueles jogadores que não o compreendem. A espontaneidade surge apenas quando os jogadores permanecem com o momento em que a história está sendo contada.
Permita que aqueles jogadores que têm dificuldade em encontrar palavras falem apenas algumas poucas de início, mas surpreenda esses jogadores voltando para eles novamente para dizerem poucas palavras até que o medo de falhar seja dissipado e o jogador se torne livre para jogar.
Para rever os períodos de avaliação, sugerimos que seja feita uma gravação das histórias dos jogadores. Se não houver gravador, encontre alguém para tomar notas rápidas e digite as
histórias dos jogadores que poderão ser retomadas em outro momento.
79. Blablação: Duplas ou trios um instrutor. Os jogadores escolhem ou aceitam um assunto para conversar. Quando a conversa se tornar fluente em português, dê a instrução blablação e os jogadores devem mudar para a blablação até que sejam instruídos a retornar a conversa em português. A conversa deve fluir normalmente e avançar no que se refere ao sentido.
Blablação! Português! Blablação! Português! (e assim por diante).
Verificar de a conversa flui e tem continuidade e se a comunicação é sempre
mantida.
80. Pés e pernas: Prepare um biombo ou cortina para esconder a parte de cima dos jogadores. Um por vez, então deve demonstrar, sem falar, diferentes emoções e ou situações usando apenas os pés descalços e as pernas.
Faça com que foquem toda a energia nos pés já que não será possível ver seu
rosto. Montar uma cena seguindo a regra desse jogo. Não deve haver diálogo, devem se comunicar apenas através dos pés.
81. Caminhada com atitude:
Um por vez caminha para frente com andar neutro, sem atitudes e volta. O resto do grupo faz então a mesma caminhada e volta coletivamente, imitando a caminhada do primeiro jogador, sem atitudes de julgamento. O jogo continua até que todos os jogadores tenham caminhado individualmente e tenham sido imitados pelos outros jogadores.
Cego com bomba: Um ator com os olhos tapados imagina que rebentará uma bomba se permanecer mais de um segundo em contato com alguém. Os atores restantes rodeiam- no. Quando toca em alguém, o “cego” deve afastar-se o mais rapidamente possível. Este exercício desenvolve extraordinariamente os sentidos.
82. Deixando um objeto em cena:
Dois ou mais jogadores realizam uma cena, no qual um objeto, som, clima ou pensamento é deixado em cena quando a cena termina. Alguns exemplos: 1- Refugiados de guerra fogem de um edifício durante um bombardeio. Depois que os jogadores saíram de cena, ouve-se o choro de uma criança; 2- Uma família, com medo de contrair uma epidemia, nunca sai de casa. Retirando-se para deitar, à noite, permanece em cena uma janela aberta na qual esvoaça uma cortina; 3- um grupo que está discutindo um livro exalta-se, argumentando e sai, deixando o livro em cena.
Observação: É necessário um palco equipado para esse exercício, já que os efeitos de luz, som e mesmo adereços reais intensificam a resposta teatral.
83. Há muitos objetos num só objeto:
Baseia-se na frase de Bertolt Brecht de que há muitos objetos num só objeto. Consiste em dar um objeto ao elenco para que cada ator descubra uma utilização possível do mesmo: um pau pode ser uma espingarda, um bastão, um cavalo, um guarda-chuva, uma muleta, um elevador, uma ponte, uma colher de caldeirão, um mastro de bandeira, uma árvore, um poste de iluminação, um torpedo, uma vara de pesca, um remo, uma flecha, uma lança, uma agulha de costura, e muitas coisas mais, inclusive um pau.
Ao final de todos os exercícios é preciso realizar o chamado relaxamento para que os corpos voltem ao seu ritmo normal. Uma forma de fazer é colocando todos sentados ou deitados confortavelmente, em absoluto silêncio, numa sala pouco iluminação e com um som ambiente, serão seguidos os seguintes movimentos:
- Todos deverão sentir os dedos e as plantas dos pés, relaxando-se ao máximo. Respirar profunda e suavemente.
- Afrouxar os músculos das pernas e joelhos.
- Fazer o mesmo com o abdome, imaginando ainda que uma grande suavidade envolve os órgãos digestivos.
- O mesmo com o tórax, os ombros, e a nuca mais demoradamente.
- Amolecer os braços as palmas das mãos e os dedos.
- Relaxar o couro cabeludo, e tirar do rosto qualquer ruga de preocupação
- Imaginar um lugar lindo e tranqüilo, como um amanhecer no campo.
- Pedir a todos que bocejem e se espreguicem lentamente como gatos.
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Ainda por fim, exercícios de respiração para descontrair completamente:
84. Deitado de costas no chão:
a) O ator põe as mãos sobre o abdômen, expele todo o ar dos pulmões e lentamente inspira, enchendo o abdômen até não poder mais; expira em seguida; repete lentamente esses movimentos diversas vezes;
b) Faz o mesmo com as mãos sobre as costelas, enchendo o peito, especialmente a parte de baixo; pratica o exercício diversas vezes;
c) Idem, com as mãos sobre os ombros ou para cima, tentando encher a parte
superior dos pulmões;
d) Faz as três respirações conjugadamente, sempre pela ordem anterior
Ainda por fim, exercícios de respiração para descontrair completamente:
Deitado de costas no chão:
a) O ator põe as mãos sobre o abdômen, expele todo o ar dos pulmões e lentamente inspira, enchendo o abdômen até não poder mais; expira em seguida; repete lentamente esses movimentos diversas vezes;
b) Faz o mesmo com as mãos sobre as costelas, enchendo o peito, especialmente a
parte de baixo; pratica o exercício diversas vezes;
c) Idem, com as mãos sobre os ombros ou para cima, tentando encher a parte
superior dos pulmões;
d) Faz as três respirações conjugadamente, sempre pela ordem anterior.
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85. DIAGRAMA DE INTEGRAÇÃO
* Objetivo: apresentar uma ilustração gráfica do relacionamento dos membros de um grupo.
* Tamanho: 25 pessoas.
* Tempo: 15- 20 minutos.
* Material: lápis ou caneta, papel e cartolina
* Descrição: o coordenador distribui um papel para todos, afim de que nele se escreva o nome da pessoa mais importante para o sucesso do grupo, ou ainda, da pessoa do grupo cujas idéias são mais aceitas; o papel deve ser assinado de forma legível; recolhido os papeis, será feito um diagrama no quadro- negro ou cartolina, marcando comum círculo o nome do participante escolhido, e com uma flecha, a iniciar- se com o nome da pessoa que escolheu, indo em direção à escolhida.
86. TREINO DE VOZ E GESTOS
(Falar os versos abaixo articulando a face)
A boca de um beco
Na bica do belo
Um bravo cadelo
Berrava baú- bau
Um bêbado em botas
De bolsa e rabicho
Embirra com bicho
Bateu- lhe com o pau
Foi grande a balburdia
A turba se ria
O bruto bramia
E a broma a bater
Com o pau sobre o pobre
E bumba a mais bumba
Parece zabumba
Bendito beber
87) Hipnotismo
Um participante põe a mão a poucos centímetros da cara de outro e este fica
como que hipnotizado, devendo manter a cara sempre à mesma distância da mão do hipnotizador. Este inicia uma série de movimentos com a mão, para cima e para baixo, fazendo com que o companheiro faça com o corpo todas as contorções possíveis a fim de manter a mesma distância. A mão hipnotizadora pode mudar, para fazer, por exemplo, com que o ator hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do hipnotizador.
88) Fila de Cegos
Duas filas. Faz-se uma fila de pessoas com os olhos fechados, esta procura sentir, com as mãos, o rosto e as mãos das pessoas da outra fila (que estarão de olhos abertos) cada qual os do ator que está na sua frente. Depois os atores separam se e os cegos tentarão descobrir, tocando nos rosto e as mãos de todos, qual o ator que estava na sua frente.
89) Futebol imaginário
Duas equipes sem utilizar bola, disputam uma partida como se a tivesse jogando.
O facilitador (a)-juiz (a) da partida deve observar se o movimento imaginário da
bola coincide com os movimentos reais das pessoas participantes , eliminando as que cometem erros. Qualquer outro desporte coletivo pode ser praticado neste tipo de exercício.
90) Ritmo em uníssono
O grupo inicia junto um ritmo (cada um o seu ritmo), com a voz, as mãos e as
pernas, após alguns minutos mudam lentamente, até que um ritmo novo se impõe e assim sucessivamente durante vários minutos. Variante: Todos (as) começam a um sinal dado, a fazer um ritmo próprio, e também um movimento que acompanha esse ritmo. Depois de alguns minutos tentam aproximarem-se uns dos outros segundo as afinidades rítmicas. Os participantes com maiores afinidades vão homogeneizando os seus ritmos até que todos (as) estejam praticando o mesmo ritmo e o mesmo movimento.. Pode ser que isso não aconteça. Nesse caso, não é importante, desde que os grupos formados tenham seus ritmos e movimentos bem definidos.
91) Imagem do grupo – escultura
Em dupla. Cada um, utilizando a outra pessoa, faz uma escultura que pretende
refletir a sua opinião acerca das relações do grupo. Aquilo que permanecer
constante em todas as esculturas será uma espécie de superobjetividade. Pode-se escolher, cada vez que se faça o exercício uma pessoa para ficar em evidência, à volta do qual ficará o restante do grupo. A pessoa em evidência sentir-se-á na posição de cada um de seus companheiros, assumindo a posição deles em cada escultura.
92) Inter-relação de personagens /Atividades complementares
Este exercício pode ou não ser mudo. Um participante inicia uma ação. Um
segundo aproxima-se e, através de ações físicas visíveis, relaciona-se com o
primeiro de acordo com o papel que escolhe: irmão, pai, tio, filho, etc. O primeiro deve procurar descobrir qual o papel e estabelecer a inter-relação.
Seguidamente, entra um terceiro ator que se relaciona com os dois primeiros,
depois um quarto e assim sucessivamente.
93) Amor, ódio, amor
Dividir o grupo em duplas. A dupla deverá esboçar sentimentos de amor recíproco.
O sentimento dever ser expresso falando números 12, 33, 44. O sentimento vai
aumentando, até que o mediador (a) da atividade indicará que este deve se
transformar aos poucos em ódio, sendo expresso através de números também. Ao se atingir o grau máximo do sentimento, retornar a demonstração de amor pelo (a) companheiro (a). Após fazer um bate papo para trocar as experiências.
94) Mímica
O grupo será dividido em dois. Um dos grupos deverá se reunir e escolher um tema. Escolhido o tema, o grupo deverá selecionar um membro do outro grupo para encenar o tema, seu grupo deverá ser adivinhar o tema encenado.
95) Dito popular
Serão escritos em papeizinhos ditos populares. Estes papéis serão distribuídos a cada participante. Um participante de cada vez será interrogado sobre o
conteúdo do papel, este deverá responder as perguntas acrescentando a cada
resposta uma palavra do seu dito popular, até que o grupo descubra qual o dito
popular.
96) Profissões
Serão distribuídos pedaços de papel pra que cada integrante do grupo escreva
nele uma profissão, os papeis serão dobrados e sorteados por cada pessoa. Todos um de cá vez deverá representar através da mímica a sua “profissão” para que o grupo adivinhe.
97) Troca de máscaras
O grupo será divido em duplas. Uma pessoa da dupla deverá representar o papel de patrão a outra o empregado que vai pedir aumento, este se comportará como tal, podendo perguntar como vai a família, a saúde, o preço da cesta básica subiu...
Depois de exercerem um papel trocar os papéis. Após, bate-papo sobre a
dinâmica.
98) Ilustrar uma história
O grupo será divido em duplas. Em cada uma das duplas uma pessoa ficará
responsável por contar uma história que lhe aconteceu e outra encenar esta
história. Depois da encenação, a pessoa que teve a sua história encenada deve compartilhar com o grupo qual a diferença entre a forma que a pessoa encenou a história e como foi o desenvolvimento da história real.
99) Muitos objetos num só objeto
Baseia-se na frase de Bertolt Brecht de que há muitos objetos num só objeto.
Ficará a disposição dos participantes objetos. Uma pessoa por vez deverá entrar na roda e mostrar um uso que se pode ser dado aquele objeto
Material: objetos, a quantidade varia conforme o tamanho do grupo.
100) Contar a através da mímica a história feita por outra pessoa
Cinco pessoas no grupo voluntariamente se candidatam a escolher e encenar um tema. O restante do grupo deverá adivinhar o tema escolhido.
101) Jogo do assassino
Serão distribuídos pequenos papéis a cada uma das pessoas participantes com a personagem que este deverá representar no jogo. Sendo os seguintes
personagens: o assassino, a polícia a paisana e as vítimas.O assassino deverá
tentar assassinar as vítimas, e a polícia deverá descobrir quem é o assassino
intimando-o a ir preso. O grupo deverá escolher um sinal que o assassino execute para exterminar a vítima. Situação: as vítimas não querem ser mortas, mas não devem deixar transparecer que são as vítimas. O assassino quer realizar um crime perfeito, não quer ser descoberto. O policial a paisana quer prender o assassino, para isso precisa descobrir quem é este sem que ele o perceba, se não, conseguirá executar os crimes fora da mira do policial.